Publicado em 26 de agosto de 2019

Devo contratar "cérebro" ou "corpo"?

Imagina se você fosse dono de uma empresa que vende material para construção ("o depósito" como se diz aqui no Paraná) que fosse bem estruturada e que tivesse um bom faturamento mensal. O seu negócio é comprar e vender materiais para obras de todo tipo de tamanho. Imaginou?

Classifico que existem duas formas básicas de contratação de pessoas para a área de TI.

• Funcionários próprios com carteira assinada, o famoso CLT.

• Terceirizados chamado de outsourcing, podendo trabalhar internamente (body shop) comigo ou na própria empresa prestadora do serviço. Sobre fornecedores, tenho um artigo que pode ajudar a complementar essa ideia. Leia aqui.

Mas, antes de falar sobre cada um desses tipos preciso falar de um ponto central que é: Que tipo de trabalho eu devo fazer com equipe própria e que trabalho eu devo terceirizar. É importante ressaltar também que isso pode variar de empresa pra empresa e que para definir isso, sempre olho para o CORE daquele negócio. É com base nesse quesito que acabo dando o direcionamento sobre os modelos de contratação para a área de tecnologia.

Por exemplo: se trabalho numa empresa de varejo onde o meu negócio não é um produto baseado em software, os analistas de negócios/sistemas, que considero uma "função chave" já que farão todo o desenho da solução, faço a contratação das pessoas como funcionário, pois desejo manter comigo as definições estratégicas, que tratam do futuro, de transformação do negócio e das regras do meu negócio, mas para desenvolver os sistemas necessários para atingir esses objetivos, vou procurar terceirizar por entender que existem empresas e pessoais muito mais especializadas no assunto, que vivem esse universo com muito mais propriedade e que estão "ligados" nas tecnologias mais recentes do mercado. Além do que eles trazem vivência em outros clientes semelhantes, treinamento, capacitação, método e tudo mais para fazer um excelente trabalho.

Pegando outro exemplo para demonstrar como isso pode variar de negócio para negócio, se o meu produto fosse baseado totalmente em tecnologia, como um software disponível na web, a equipe de desenvolvimento principal seria contratada como funcionário para PERTENCEREM (serem comprometidos) ao negócio.

Talvez alguém possa pensar, mas existem ótimas pessoas com quem trabalhei e que não eram funcionários diretamente e eram até melhores que alguns funcionários. É verdade, porém, ele nunca participará de todas as estratégias, não participará de algumas reuniões importantes e não será chamada para discutir os rumos a serem seguidos e em resumo: não PERTENCERÁ aquele universo, mas apenas se ENVOLVERÁ com o negócio o melhor possível. E isso é bem diferente na forma com as pessoas se enxergam e se entregam. Aqui vale aquela fábula da galinha e do porco, que é bastante utilizada pela área de TI para demonstrar a participação das pessoas em projetos.

Assim, costumo contratar como "funcionário de carteira assinada" aqueles posições de liderança, que transformam o negócio e agregam inteligência, que particularmente chamo de "CÉREBRO". Para trabalhos mais operacionais ou que exijam especialização técnica, procuro ir atrás de empresas para fornecerem os colaboradores (famosos recursos) que irão me ajudar em potencializar o que foi desenhado pela a equipe da nossa empresa, que chamo de CORPO. Além disso, terceirizar o esse tipo de função lhe ajudará a administrar o tamanho do esforço e carga de trabalho, com mais ou menos gente alocada, mas que no caso de posições classificadas como cérebro, as vezes isso não é possível.

Quanto a construção, imagino que você iria procurar uma empresa especializada para construir o seu novo local de trabalho (com pedreiros, engenheiros, mestres de obras, etc...), mas com certeza a compra do material, você utilizaria a sua equipe de compras internas, afinal de contas, eles são o CORE do seu negócio.